28 junho 2008

MARMITA DE ELEFANTE

Eram 11 horas da manhã. Sebastião Rodrigues assobiava, entregando marmitas na vizinhança quando, sem mais nem menos, virou fumaça. Apesar de uma extensa ficha criminal, ele era especialista em física celeste e aquilo o deixou perplexo. Tentou recapitular os acontecimentos daquela manhã, na esperança de encontrar alguma explicação.
Naquele dia, acordara cedo, vasculhara a lixeira do prédio e encontrara um elefante. Era um animal gigantesco que, no entanto, não conhecia a própria força. Estava ali, segundo ele mesmo, por causa das intempéries da natureza.
- O desafio é urgente: você quer mergulhar numa operação suicida ou aquietar o espírito no balanço dos ventos tibetanos? – fora a pergunta lançada pelo grande proboscídeo.
Sebastião titubeara e não dera resposta alguma, preferindo deixar a decisão para mais tarde. Seguira pensativo pelas ruas, se distraindo com dezenas de virgens que cruzaram pelo seu caminho, e logo não se lembrava mais da importante questão, pois além de indeciso era muito esquecido.
Só voltou a se lembrar do episódio do elefante quando entregava marmitas. Olhou o relógio e viu que eram 11 horas. Mas aí já era tarde demais.
Virou fumaça.

Nenhum comentário: