27 junho 2008


O BURACO DA MINHOCA

Casimiro estava em casa, cuidando de seu jardim, quando encontrou um buraco de minhoca. Tratou de levá-lo para dentro, pendurou-o na parede e produziu, por meios quânticos, energia negativa para impedir que ele se transformasse num buraco negro.
Em poucos dias o buraco havia crescido assustadoramente e atingira uns dez metros de diâmetro. Curioso, Casimiro espiou pela abertura e viu, do outro lado, um homem lhe acenando com a mão. Pensativo, deduziu que os dois deviam estar separados não só no espaço, mas também no tempo.
Depois de um breve momento de hesitação, criou coragem, vestiu seu melhor terno e se enfiou pelo túnel, levando apenas a sua velha escova dental, óculos de sol e protetor solar.
Para Casimiro, a viagem durou um ano, mas, ao retornar, se espantou ao descobrir que, do lado de cá, já haviam se passado dez anos. Seu irmão gêmeo, agora nove anos mais velho que ele, estava magro, tinha a barba por fazer e se comportava de um jeito estranho, falando sozinho o tempo todo.
Sua casa estava destruída e dominada pelas minhocas, que haviam se reproduzido às centenas e se divertiam fazendo um novo buraco a cada dia.
Até que, quando tudo parecia perdido, chegaram os pescadores.


Nenhum comentário: